A necessidade do uso do condicionador de ar


     De fato o consumo que este aparelho apresenta dentro de uma edificação é surpreendente. Isso ocorre devido ao clima local, isto é, pela zona bioclimática na qual a edificação está inserida. Existem estratégias que podem ser empregadas como, por exemplo, o uso da ventilação natural, porém esta estratégia não pode ser aplicada em todas as zonas e em todos os períodos do ano, levando assim a necessidade do uso do condicionador. 
      A cidade de Cuiabá, considerada como uma das capitais mais quentes do Brasil, isso ocorre devido a cidade estar inserida na zona bioclimática 7, com temperatura média anual de 26,8°C, com média das máximas de 42°C e médias das mínimas de 15°C, umidade relativa do ar média de 78% e insolação total média de 2.179 horas conforme Leão (2007), de acordo com a carta bioclimática a insuficiência das estratégias passivas para o clima de Cuiabá deve ser suprida em 8,55% das horas de desconforto com o condicionador de ar. 
     Segundo Instituto Nacional de Meteorologia, INMET (2003), a cidade de Cuiabá caracteriza-se por apresentar dois períodos bem definidos: o período seco que vai de abril a outubro e o período úmido de novembro a março, a estratégia para amenizar o desconforto com o uso da ventilação só pode ser empregada na cidade no período úmido, pois neste período há existência de partículas de ar o que não ocorre no período seco onde o uso da ventilação pode ocasionar um desconforto. 
     Conforme mencionado, o uso deste aparelho em climas quentes como no caso de Cuiabá é imprescindível, porém sabe-se que o consumo desse aparelho é preocupante. É necessário não apenas a escolha correta de um aparelho que seja eficiente energicamente, mas um estudo mais aprofundado quanto ao projeto do condicionador de ar.

     A correta escolha dos aparelhos deve-se ao estudo da carga térmica necessária para refrigerar o ambiente, que nada mais é do que a quantidade de calor sensível e latente produzido dentro de um ambiente que deverá ser refrigerado. Estas cargas depende do tipo do uso do recinto, número de pessoas, quais equipamentos, até mesmo a condutividade térmica do material ou seja, a quantidade de calor que o material existente na edificação é capaz de conduzir.
     Outro aspecto que vem a influenciar significativamente no consumo do condicionador de ar são os hábitos dos usuários. É comum acionar os aparelhos em uma temperatura muito abaixo que a temperatura externa, ou seja, em um dia ensolarado com 40 graus comum na cidade de Cuiabá nada adianta ligar os aparelhos condicionadores a 18 graus, pois a diferença entre as temperaturas são muito elevadas, uma temperatura a 24 graus é suficiente o que não faz com que o aparelho force seu funcionamento para atingir esta temperatura. Bem como, ambientes onde existe muitas aberturas, frestas ou portas e janelas que permanecem abertas, o aparelho não conseguirá refrigerar toda a carga fazendo com que o aparelho não trabalhe eficientemente.
     Assim, um correto projeto e a preocupação de se usar racionalmente este aparelho são estratégias que pode beneficiar na economia do consumo da energia elétrica. Para maiores controles recomenda-se o uso de sistemas inteligentes para que se possa ligar e desligar os aparelhos somente nos horários necessários muito eficazes em edífícios comerciais e em instituições de ensino.

Carmelina Suquerê


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